domingo, 30 de maio de 2010

Hoje descobri que meu coração
mesmo sendo dividido por infinito [pessoas],
Acredite, dá 1 para cada.




Sou eterna.

domingo, 2 de maio de 2010

O, A.

"O caminho era escuro, e, apesar das luzes fortes do carro, eu não conseguia enxergar bem; ainda assim distingui uma pessoa ofegante, vestida de vermelho: uma mulher. 
O trabalho havia sido cansativo e eu estava voltando para cidade onde moro; o perigo nas estradas e toda essa violência crescendo eram bons motivos para eu não parar, mas eu parei sem me perguntar porque. 
Ela imediatamente entendeu. Correu, abriu a porta e entrou no carro, eu disse para onde estava indo, e ela respondeu que qualquer lugar estava bom. 
Não nos falamos muito, e evitei olhar para ela, por isso demorei para perceber que a roupa, na verdade, era sangue, e que a mulher estava quase por completo nua. 
Seus olhos choravam lágrimas carregadas de dor, e quando caiu por si, notou que eu já havia percebido seu estado, e, intacto, fingi que nada havia acontecido. 
Ela contou que era casada, separada, na verdade. Dois anos e meio após a separação, começou a namorar. E com 6 meses de namoro o ex-marido tentou matá-la. Por sorte, conseguiu fugir, mas o namorado que estava com ela não.
Não perguntei nada, não que eu não quisesse saber, apesar de não querer, mas achei melhor assim. Parei na Santa Casa de Misericórdia, onde ela agradeceu e saiu do carro.
No outro dia apenas lavei o banco coberto por sangue, e não quis contar a história pra ninguém. Nunca tive notícias dela, nem sequer sabia seu nome."










Fatos reais.